Um assunto diferente...

Pois é! Nos últimos meses não venho trazendo novidades... é um compilado de muitas coisas ocorrendo, em maioria, más notícias. Mas tento assumir o controle das coisas. O único desenho que produzi nesse intervalo foi uma encomenda, em grafite sobre papel mesmo, mas ainda não consegui permissão pra uma postagem do trabalho. Então, por hora, vamos de memórias mesmo.
Como eu disse na minha primeira postagem desse blog, meu contato com as artes não se resumiu apenas à pintura e ao desenho. Cheguei a me aventurar na escultura, modelando com argila... mas os resultados eram desastrosos e eu também não tinha condições de pagar um curso nessa modalidade. Eu tinha que escolher entre uma coisa ou outra. Nesse meio termo, escolhi o teatro. E foi um tiro certeiro. Fiz três anos de aula, sob orientação do professor Lúcio Roriz e atuando no Teatro Gacemss. Eu me interessava, desde mais novo, por artes cênicas, mas não havia muita coragem em mim pra me arriscar nesse mundo. Nutria o desejo de seguir uma carreira de ator, em plano secundário, pois necessitaria de uma profissão com a qual pudesse me sustentar. 
Nesse tempo eu tinha entre 15 à 18 anos e ainda possuía muitas inseguranças comigo mesmo. Em razão disso, havia dificuldade em me soltar e me arriscar com diferentes personagens, diferentes vozes, perfis e expressões. Eu pensava muito no que as pessoas iriam achar e dependia do julgamento delas pra que eu conseguisse me aprovar. O que era uma imensa merda, pra falar a verdade. Fazia com que meu aprendizado fosse super lento, ao meu ver. 
Ainda assim, participei de muitos festivais de esquetes, (peças que normalmente possuem curta duração, entre 3 à 15 minutos, eu acho) que eram, em maioria, comédias. Além de atuar, em alguns momentos, eu ia para a equipe técnica - trabalhei como sonoplasta na peça infantil A Viagem da Intrometida, contribui com filmagens de alguns dos festivais também. Com o passar do tempo, consegui bons resultados de atuação em algumas das apresentações, o que contribuiu pra eu acreditasse um pouco mais no meu potencial.
Infelizmente, em um certo período da vida, tomei algumas decisões erradas e fui perdendo a vontade de realizar as coisas - nem mesmo de pintar eu gostava mais! Estava lentamente perdendo a motivação pra tudo. E como surgiu a necessidade de eu conseguir um emprego, após a formatura do Ensino Médio, isso acabou com minhas chances de voltar a cursar teatro. Hoje, guardo arrependimento de não ter aproveitado ao máximo daquela experiência como eu gostaria. Provavelmente, estou super enferrujado hoje em dia. Vejo meus certificados, foto nas revistas do Teatro e sinto falta do ambiente, dos meus colegas. Daquele frio na barriga que surge ao me caracterizar no camarim, o nervosismo antes de subir no palco. Mas ainda pretendo voltar a atuar algum dia, voltar aos trilhos. Faz parte de um dos meus planos após a faculdade - caso o tempo seja generoso. E se eu tiver a chance de cursar novamente com o meu velho mestre - Lúcio - melhor ainda!



O Palhaço e a Globalização - esquete em que participei, no final das atividades de 2016.
Foto: Jorge Barros





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